O livro é divido em três partes e apresenta como foco três personagens:
Confesso que a primeira vista achei que seria uma história arrastada, mas me senti ouvindo um “causo contado” por meus avós. O autor consegue nos manter atentos aos acontecimentos e tudo o que vai acontecendo na vila do Pilar de forma gradativa, além das informações sobre o passado de cada personagem que fazem com que você se afeiçoe a eles e seus dramas.
Outro detalhe que chamou minha atenção foram os personagens femininos, ao lado de cada um destes homens da narrativa temos também uma grande mulher. Sinhá esposa de mestre José Amaro e sua filha Marta sofrem muito com a rudeza dele. A filha claramente está em um estagio avançado de depressão e a mãe sem saber como ajudá-la.
Vitorino tem ao seu lado Adriana, que mesmo não concordando com suas loucuras tem para com ele uma paciência digna de uma santa, se mostra uma mãe zelosa e também muitas vezes é a voz da razão quando tenta ajudar a comadre Sinhá e sua filha.
Dona Amélia esposa de Lula, apesar de no inicio não ter agido para defender a mãe do marido, batalha pelo sustento da família e da manutenção do engenho que o pai lhe deixou. Neném, a filha de Lula tevê sua chance de seguir seu próprio caminho, pois era impedida pelo pai, que erroneamente julgava não existir nenhum homem da cidade que seria digno dela, agora passa seus dias a cuidar do jardim.
Quando lia parte sobre o engenho Santa Fé, D Mariquinha, mãe de Amélia, também chamou muito a minha atenção, pois tudo o que o marido conseguiu construir foi com a ajuda dela, após a morte dele e da apatia do genro ela toma a frente do engenho sendo que a única coisa capaz de abalar sua força foi a distânciada neta.
Este livro é um daqueles livros que ao terminar nos questionando o porque de nunca tinha lido antes, conhecemos um pouco mais do nosso Brasil e do nosso povo, nos vemos sendo representados na narrativa que está sendo contada.
Mesmo tendo começado pelo ultimo meu objetivo é ler os outros livros desta série e aprender um pouco mais da nossa história.
O livro foi adaptado para filme em 1976 e ao final da leitura tive a oportunidade de assistir, porém não me agradadou tanto quanto o livro acho que principalmente devido ao tempo para construção dos personagens que no livro e eita aos poucos e na tela eles acabam ficando rasos.
As imagens dos persosnagens neste post são dos atores que os representaram nesta adaptação.
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Você já leu algum romance regionalista?
Já conhecia a obra de Jose Lins do Rego?
Vamos conversar um pouco mais nos comentários.
Ótima resenha !!! Acabei de terminar o livro após passar algumas semanas enrolando pra terminar de ler. Estou tão perdido agora... Eu AMO a forma até que arrastada do autor em explicar o mundo no sertão e de como um povo pobre e sem esperança age e sente em uma época tão sofrida. Tudo nesse livro me agrada! Os personagens são tão humanos que, durante a leitura, era como se estivesse vendo situações reais.
ResponderExcluirA partir de hoje terei paixão pelo meu nordeste e seus grandes autores.