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RESENHA - A SOMBRA DO MEU IRMÃO - UWE TIMM

Foto Keila - @ViajenaLeitura
Oi Pockets!
Hoje teremos a participação especial de uma pessoa muito querida Keila Cristina. Ela é uma leitora voraz, participante do Clube do Livro Neves e também tem um IG Literário muito legal @ViajenaLiteratura onde sempre tem ótimas dicas. Então antes de sair deixa amor nos comentários.

Titulo: À sombra do meu irmão
Autor: Uwe Timm
Editora: Dublinense
Nº de Páginas: 160
Ano: 2014
Classificação:

"Nada - e isso é o fato mais desesperador - evitou que os assassinos cometessem os crimes, nem educação, nem cultura, nem a chamada espiritualidade."



Esquerda para direita - Eduardo Klaus, Keila, Fabio
Concluí há algumas semanas a leitura do livro À Sombra do Meu Irmão, do autor alemão Uwe Timm, e tivemos o prazer de compra-lo no estande da Editora Dublinense - editora pelo qual o livro foi lançado - no evento Primavera Literária que aconteceu em Belo Horizonte no mês de setembro, diretamente das mãos do autor Eduardo Krause (autor de Pasta Senzo Vino e Brava Serena lançados pela mesma editora) que nos atendeu com muita simpatia e carisma, o livro inclusive, foi uma indicação do autor.

A respeito do livro, essa foi uma leitura que me trouxe algumas surpresas as quais citarei aqui as mais importantes:
A primeira foi o contato com a escrita alemã. Até então minhas leituras se limitavam muitos às escritas brasileira e inglesas, e foi bom sair um pouco da minha zona de conforto, ver outras formas de se construir uma prosa.


"Eu desejava que eles (...) tivessem se comportado como aquele oficial alemão que andava de uniforme pelas ruas de sua cidade com o amigo judeu na época em que os judeus foram marcados com a estrela de Davi. O oficial foi deposto do seu cargo (...) Um oficial corajoso. Mas uma coragem completamente diferente daquela que se esperava na Alemanha(...)"

A segunda surpresa é sobre a temática do livro, À Sombra do Meu Irmão é um relato real do irmão de um soldado morto na Ucrânia aos dezenove anos combatendo por uma divisão da SS nazista, em 1943. Eu que sempre li livros que trazem por tema a Segunda Guerra Mundial/Nazismo, deparei-me pela primeira vez com a historia contada pelo ponto de vista de um alemão e não de um judeu. O ponto de partida da narrativa se dá através do diário e de algumas anotações feitas pelo soldado morto, mas o autor não se limita apenas a narrativas sobre a guerra, se tivesse de defini-lo em uma categoria, diria se tratar de um livro de memorias, onde o autor relata os efeitos do pós guerra na sua família enquanto tenta desvendar o que teria levado o irmão - um jovem bem educado, um filho amado - a se alistar voluntariamente numa guerra tao cruel. 
Teria sido obrigado a matar? Realmente não tinha opção? 
São perguntas que ele tenta responder a medida que a narrativa vai desenrolando, porém sem caráter acusador ou de justificativas, apenas fatos, memorias e questionamentos de alguém que na ocasião em tudo aconteceu era pequeno demais para entender.
Esse paradoxo entre "o filho amado" e o "soldado nazista" foi algo que realmente me levou a refletir, pois é natural que em face de tamanhas atrocidades cometidas por esses soldados nos campos de concentrações, passemos a enxerga-los como "monstros". Questionada a mãe do autor sobre o que teria levado o filho se tornar um soldado nazista ela responde "fizeram mal uso do idealismo do meu filho". Uma resposta que faz muito sentido, tendo em vista que a linha entre o idealismo e o fanatismo é realmente muito tênue. 
A terceira e ultima surpresa ficou por conta da descoberta da Editora Dublinense. Eu nunca tinha ouvido falar da editora, mas uma passadinha pelo estande me deixou com aquela vontade de comprar quase tudo, o que mais me encantou foi a diversidade de temas, poesias, romances, memorias... Enfim literatura pra agradar qualquer tipo de gosto. Com certeza outros títulos da editora entrou pra minha lista de próximas aquisições.

Voltando a falar sobre À Sombra do Meu Irmão, o livro é uma narrativa sem diálogos, portanto em alguns momentos a leitura pode se tornar um pouco densa, e uma vez que autor mescla relatos sobre a guerra e memorias afetivas, fiquei um pouquinho confusa em determinadas partes, mas isso não alterou em nada o teor da prosa em si. A mensagem do autor a mim foi transmitida com louvor: um apelo por mais humanidade porque a guerra só faz vitimas, e não são apenas aqueles que morrem combatendo. A guerra também faz vitima entre aqueles que supostamente sobrevivem.




"Aqui encerro meu diário, pois considero sem  sentido escrever sobre as coisas tão horríveis que acontecem as vezes." 

Só pra finalizar, me resta dizer que essa foi uma leitura bastante enriquecedora em vários espectros, eu diria que até muito necessária para os tempos em que estamos vivendo.
Até a próxima!



LITERATURA PELO MUNDO - INGLATERRA


Oi pockets!!!
Hoje vou falar de um lugar que amo, mas ainda não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente somente através de livros e filmes. A cidade de Londres, uma das grandes fontes de literatura do mundo.  Para os amantes de leitura o melhor lugar para se conhecer é a British Library entre outras que torna Londres um lugar mágico.
Fundada em 1973, a British Library (Biblioteca Britânica) é a biblioteca Nacional do Reino Unido e uma das maiores bibliotecas do mundo, contando com mais de 170 milhões de itens catalogados de diversos países diferentes. Ela recebe pelo menos uma cópia de simplesmente todos os livros produzidos no Reino Unido e na Irlanda. Ela abriga cerca de 14 milhões de livros, incluindo manuscritos e itens históricos com até 2 mil anos! Além de um enorme acervo impresso em diversos idiomas, a British Library possui um impressionante acervo digital, que inclui livros, manuscritos, revistas, jornais, gravações de som e música, vídeos, scripts, patentes, bases de dados, mapas, selos, impressões e desenhos.

Uma das maiores bibliotecas de Londres, pela pesquisa que fiz sobre a biblioteca meu local favorito é a sala de leitura parece ser um lugar incrível.

A BIBLIOTECA DO REI

Um dos destaques do centro do edifício que abriga a British Library é a King’s Library Tower (Torre da Biblioteca do Rei). Quando George III se tornou rei em 1760, ele herdou uma biblioteca incrível de seu pai, George II. O rei começou a montar uma nova coleção de obras ainda maior, com diversos manuscritos e raridades, que atingiu cerca de 65 mil livros. Quando ele morreu em 1820, George IV doou a biblioteca ao país e ordenou que a coleção ficasse separada de qualquer outro acervo, uma vez que ela é uma das coleções mais importantes de livros e panfletos da Era do Iluminismo. A coleção ficou alojada na “Galeria do Iluminismo” do British Museum entre 1827 e 1997. A partir da década de 1970, o acervo começou a transferido para a recém criada British Library. A coleção está agora alojada na King’s Library Tower, uma estrutura de vidro e bronze de seis andares no hall de entrada da British Library.


Escritores

Agatha Christie
Agatha Mary Clarissa Christie DBE ( Nascida Agatha Clarissa Miller; Torquay Devon Inglaterra, Reino Unido, 15 de Setembro de 1980 - Wallington, Oxfordsire, Reino Unido, 12 de aneiro de 1976, popularmente conhecida como Agatha Christie foi uma escritora britânica gênero romance policial, tendo ganho popularmente, em vida, a alcunha de "Rainha/Dama do Crime" ("Queen/Lady of crime", no original em inglês). Durante sua carreira publicou mais de oitenta liros alguns sob o pseudônimo de Mary Westmacott. A rainha do crime se consagrou ao criar o detetive Hercule Poirot que desvenda crimes e historias intrigantes de maneira surpreendente. Agatha Christie é a romancista mais vendida de acordo com o Guinness Book o Livro dos Recordes. Seus mais de 80 livros publicados, e traduzidos em todo o mundo, fizeram dela a maior escritora de romances policiais de todos os tempos Muitas obras á foram adaptadas para o teatro e cinema.


"A essência da vida é andar para a frente;

sem possibilidade de fazer ou intentar marcha a trás.

Na realidade, a vida é uma rua de sentido único."

Alem de consagrados contos de mistério Agatha deixou de lado as investigações e publicou seis romances sob o já mencionado pseudônimo de Mary Westmacott explorando a alma humana seus conflitos e emoções. A escritora morreu com 85 anos vítima de pneumonia.

William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 1564 (batizado a 26 de abril) — Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1616) foi um poeta, dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo"). De suas obras, incluindo aquelas em colaboração, restaram até os dias de hoje 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e mais alguns versos esparsos, cujas autorias, no entanto, são ainda disputadas. Suas peças foram traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas que as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas permanecem vivos até os nossos dias, sendo revisitados com frequência, especialmente no teatro, na televisão, no cinema e na literatura. A obra mais famosa da romancista, sem dúvidas, é Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice), considerado um dos livros mais lidos em todo o mundo. A história mostra a maneira com que a personagem Elizabeth Bennet lida com os problemas relacionados à educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra. A obra ganhou uma adaptação para o cinema em 2005.


"É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada."

Nas histórias da escritora, as protagonistas mulheres têm mais autonomia e independência do que em outras obras da época, representando uma contribuição literária ao que podemos chamar de um movimento feminista, mesmo que ainda tímido.Em 2017, ano do bicentenário de morte da autora, Jane ganhou uma homenagem do governo britânico: o rosto dela passou a estampar a nova nota de 10 libras.

Jane Austen (Steventon, Inglaterra16 de dezembro de 1775Winchester, Inglaterra, 18 de julho de 1817) foi uma escritora inglesa. A ironia que utilizou para descrever as personagens de seus romances a coloca entre os clássicos, haja vista sua aceitação, inclusive na atualidade, sendo constantemente objeto de estudo acadêmico, e alcançando um público bastante amplo.
Nascida em Steventon, Hampshire, de uma família pertencente à nobreza agrária, sua situação e ambiente serviram de contexto para todas as suas obras, cujo tema gira em torno do casamento da protagonista. A inocência das obras de Austen é apenas aparente, e pode ser interpretada de várias maneiras.                                                                     

"Muitas vezes perdemos a possibilidade de felicidade de tanto nos prepararmos para recebê-la. Por que então não agarrá-la toda de uma vez?"


A literatura Inglesa é muito rica e possui vários nomes consagrados, trouxe apenas estes três mas Quero saber quais são os seus autores ingleses favoritos
Me conta ai nos comentários.

Até a próxima!



DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Oi Pockets!
Tudo bem com vocês?


Vamos falar um pouco sobre consciência. Segundo o dicionário Michaelis consciência é:

"O próprio ser humano, entendido como ser pensante ou entidade espiritual; alma, espírito, mente."

"Compreensão ou lucidez quanto a determinado tema ou assunto, em especial aqueles afeitos a questões sociais e políticas."

Agora vamos conversar!
Vai ter carne preta, sim!
Estudos recentes dizem que pela primeira vez, nós negros, somos a maioria (por volta de 46%) nas universidades públicas.  Uma grande vitória, fato. Mas... será que esses quarenta e seis porcento concluirão seus estudos? Os que concluem, se formam de uma forma digna e sem máculas pelo tom de sua pele? E depois, esses negros guerreiros terão vez no mercado de trabalho? Dados quantitativos são muito bons, enche os olhos da massa. Porém tantas questões surgem por trás desses dados!

Ainda falando em dados, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) aponta que as mulheres negras ganham 44.4% a menos que os homens brancos. Não! Você não leu errado. Mulheres pretas ganham menos da METADE! Você pode pensar que o fator determinante nesta conta discrepante é o gênero. Ledo engano, as mulheres brancas vêm logo abaixo dos homens brancos na classificação de remuneração, depois os homens negros, finalizando esta vergonha de rendimento desigual, as negras. O IBGE ainda afirma que a desigualdade também está na distribuição de cargos gerenciais, apenas 29.9% são ocupados por profissionais (tão preparados quanto os brancos) pretos e pardos. Em outras palavras: quanto maior o salário, menos mãos negras tomam posse dele. Sem comentar a fundo sobre o enervante fato: quanto mais a mulher preta se instrui, menos ela ganha em relação o homem branco com o mesmo grau de escolaridade. E ainda é apontada como “pesada demais” a máxima “a carne mais barata do mercado é a carne preta”.


Embora seja a mais barata, a carne preta é a mais desejada. E menos assumida. Explico: o corpo negro é muito desejado sexualmente. E não é porque somos/nos consideramos mais gostosos, não. É uma questão de racismo cultural. Os escravos não eram utilizados apenas como mão de obra, exploração de serviço e escape para extravasar raiva. Havia a cultura da escravização sexual, onde os desejos dos mais naturais aos mais “imorais” eram feitos com os escravos, logo, os escravizados de melhor aparência, dos corpos mais atraentes eram mais caros e disputados.

“(...) - Qual é o preço dela? Você quer comprá-la? (...) não há preço! Ela não está à venda! (...) Mas os ouvidos de Freeman foram surdos a esta proposta humanitária. Ele não a venderia naquela ocasião, por quantia alguma. Ela renderia montanhas de dinheiro - disse ele - quando fosse apenas alguns anos mais velha. Certamente haveria muitos homens em Nova Orleans dispostos a lhe pagar até cinco mil dólares por uma ‘peça’ de beleza tão rara e extraordinária como Emily logo viria a ser (...). Ela era uma beleza! Uma pintura; uma boneca; uma das que tinham ‘sangue bom’. (...)”
12 Anos de Escravidão (p. 61)

Você entendeu, não é? A pobre escravinha, que contava apenas cinco anos, não seria usada para colher algodão ou plantar milho. Contudo, pouco provável ela ser tomada como esposa por seu dono. Porque era essa a sina das escravas bonitas. Seu destino era ficar trancafiada na senzala, sendo abusada mental e sexualmente por seus senhores quando, por quem, como e quantas vezes eles quisessem. Nunca na sociedade, sempre às escondidas. O que, salvo as condições atuais, ainda acontece. O olhar de cobiça, os desejos da carne, os prazeres mais primitivos, são saciados pelas pretinhas, o casamento, a sociedade, para as branquinhas. E isso não é vitimismo. Mulheres negras casadas ou com relacionamento sério assumido é muito inferior à mulheres brancas na mesma situação. Apontar está situação nos trouxe várias reticências, uma vez que pode se dar ares de competição entre as mulheres de etnias diferentes, um falso ar de falta de sororidade. Não! Não é sobre disputa. É sobre desigualdade. E as menos culpadas desse horror são as mulheres.


Por falar em sororidade, nunca antes na história deste país (não podemos perder a piada), esta palavra foi tão bem trabalhada e praticada. Estamos nos unindo, apoiando cada vez mais. Tchau, disputas infantis; olá, concorrência saudável. Dar valor ao outro não diminui as suas qualidades. Muito pelo contrário! Este reconhecimento mútuo, valorização do ofício, notoriedade ao trabalho do outro só nós dá forças para alimentar a excelência do serviço e principalmente, o triunfo de todos os envolvidos.

Quando se fala em enaltecimento da mulher negra, da beleza dos lábios cheios, da poesia dos quadris largos, do empoderamento dos cabelos crespos, deve-se lembrar historicamente delas, as que vieram primeiro, que não puderam se embelezar; das que vieram depois e não tinham uma paleta de cores de base correta para seu tom de pele e dessas outras, mais próximas de nós, com bolhas no couro cabeludo por conta da chapinha assassina. Para que pudéssemos ser livres para alisar ou não os cabelos, para passar ou não os cabelos, para usar brinquinho ou brincão, turbantes, faixas, roupas estampadas, étnicas ou monocromáticas. Hoje somos livres para mostrar nossos corpos negros em vários tons. Cabelinho pra jogo, alisado, armado, enrolado ou cabelo algum. Sambando, requebrando, mandando ver no rap, batendo cabelo no calypso ou no metal ou só no cantinho olhando a festa. Na hora da fé, no candomblé, na igreja evangélica, católica, carismática, no templo budista, fora de tudo, dentro de várias. Livres para poder sorrir, para chorar, falar, cantar, escrever; livre para ser. Livre para amar um homem ou vários, amar mulher, plantas, mas sem esquecer de amar a si mesma em primeiro lugar. Livres para ter consciência de imagem, de qualidades e limitações, consciência de onde ir, de criar; consciência negra. Porque a carne preta não é a mais barata, pois não está mais a venda.

Hoje, 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra, um grande dia para os descendentes dos humanos escravizados, - pois ninguém nasce escravo - assim como a maioria das datas semelhantes, provém de um desastre. Marca a morte de Zumbi dos Palmares, um pernambucano, que nasceu livre, mas aos 6 anos foi escravizado. O mesmo Zumbi, retornou anos depois para sua terra natal e virou líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695.
Na segunda metade da década de 1970 um grupo no Rio Grande do Sul (RS) criou um grupo chamado Grupo Palmares, idealizado pelo poeta gaúcho Oliveira Silveira. Tal sociedade de pensadores e poetas sobreviveu até mesmo o AI5 (Ato Inconstitucional número 5) e sua desconfiança absoluta, tendo que provar que o grupo de teatro unificado ao grupo nada tinha a ver com um grupo “subversivo”. A resistência vem de todos os lados.

E você tem consciência?
Beijos.


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